Melhores Jogadores IV : Scottie Pippen


Nome: Scottie Pippen
Nascimento: 25 de setembro de 1965, em Hamburg (EUA)
Altura: 2,02m
Clubes: Chicago Bulls, Houston Rockets e Portland Trail Blazers
Número: 33
Posição: Ala
Títulos: Medalhas de ouro nas Olimpíadas de Barcelona (1992) e Atlanta (1996); seis vezes campeão da NBA (1990/91-92/93, 95/96-97/98); MVP do All-Star Game (1994)
Um dos mais completos jogadores da história, Scottie Pippen foi o parceiro perfeito para o “Deus” do basquete mundial, Michael Jordan. Foi graças a esta dupla que se formou um dos mais fantásticos times de todos os tempos, os Bulls dos anos 90. Ala de origem, Pippen tinha também qualidades de um armador, com excelente visão de jogo, além de ser um monstro na defesa.

Das 17 temporadas que atuou na NBA, chegou por 16 vezes aos playoffs, tendo ficado de fora apenas no último ano de sua carreira, o de 2004, quando voltou para se aposentar no Chicago. Assim, é o segundo maior atleta com aparições em partidas da pós-temporada na história, com 208, atrás apenas de Kareem Abdul-Jabbar.

Além das conquistas na NBA, o que lhe valeram a presença na lista dos 50 maiores nomes da Liga, Pippen ainda ganhou duas medalhas olímpicas pelos Estados Unidos, a de 1992, com o Dream Team em Barcelona, e a de 96, em Atlanta. Foram sete jogos no All-Star Game, com a conquista do MVP em 1994.

Após 17 anos de serviços prestados ao basquete, Scottie Pippen acumulou médias de 16,1 pontos por jogo (PPJ), 6,4 rebotes por jogo (RPJ) e 5,2 assistências por jogo (APJ) na NBA. Pelos Bulls, pode ser considerado o segundo maior jogador de todos os tempos, já que fica em 12 categorias com as segundas melhores marcas do time, demérito nenhum com Jordan na equipe. Mas em cestas de três pontos, Pippen é o líder, com 664.

Se arrependimento matasse...

O Seattle Supersonics deve se arrepender até hoje por ter trocado seu jogador adquirido no draft de 1987 com o Chicago Bulls. Mas a quinta escolha do Seattle teria que brilhar mesmo em Illinois. Logo em sua primeira temporada, chegou às semifinais da Conferência Leste, em uma equipe que ainda estava em formação, e tinha apenas o jovem Jordan se destacando. Mas Pippen era a peça que faltava para um time campeão.

O tempo foi passando e Scottie ia provando que não mais poderia esquentar o banco de reservas, conquistando a titularidade com grandes atuações em partidas dos playoffs. Em sua segunda temporada nos Bulls, apresentou médias de 14,4 PPJ, 6,1 RBJ e 1,9 roubadas de bola por jogo.

O primeiro tricampeonato

Em 1991, começou a hegemonia do Chicago na primeira parte dos anos 90, e Pippen foi essencial para aquele tricampeonato. O ala chamava a responsabilidade mesmo era nos playoffs. Na final do lado Leste, quando encontraram os Pistons, Scottie e Michael Jordan fizeram chover, e levaram a franquia da cidade dos ventos à sua primeira decisão, para encarar os poderosos Lakers, de Magic Johnson.

Após perder o primeiro duelo, os Bulls saíram vitoriosos nos quatro jogos seguintes, com Scottie Pippen conferindo 32 pontos e 13 rebotes no triunfo final, por 108 a 101. Na conquista do segundo anel, um ano depois, o ala foi determinante mais uma vez, agora nas semifinais do Leste contra os Knicks, que levaram a série até o sétimo jogo contra o Chicago.

Na partida decisiva contra o New York, Pippen fez um triple-double de 17 pontos, 11 rebotes e 11 assistências. Na grande final da NBA, os Bulls bateram os Suns de Charles Barkley. Ainda neste ano de 92, Scottie e o Dream Team americano viajaram à Barcelona para mostrar ao mundo a melhor equipe de basquete que já pisou em quadra.

Com a medalha de ouro no peito, Pippen e Jordan faturaram o tricampeonato, e pareciam invencíveis na Liga. Mas seu companheiro Michael resolveu trocar de esporte e abandonou o basquete. Ficava nos ombros de Scottie manter a hegemonia do Chicago. Mas apesar de ser um dos mais completos atletas da história, gênio nos Bulls havia apenas um.

Mesmo com grande desempenho nestes dois anos, quando carregou a franquia nas costas, Pippen não levou o time de Illinois de volta às finais, e viu de longe os dois títulos do Houston Rockets, assim como o triunfo no Leste do Orlando Magic, para quem o Chicago caiu nas semifinais de 95. Sem Jordan ao seu lado, ele alcançou suas maiores médias da carreira, 22 PPJ, 8,7 RPJ e 2,9 roubos de bola. Na temporada seguinte, suas segundas melhores marcas nos Bulls, nos mesmos fundamentos. Mas faltava um certo camisa 23 à equipe.

A reconquista da Liga

A grande fase dos Bulls parecia ter mesmo acabado. Pippen não se dava muito bem com o novo contratado Toni Kukoc e não tinha mais seu grande parceiro. Foi aí que aconteceu a grande reviravolta. Air Jordan voltou, Dennis Rodman foi contratado e Scottie e o croata Kukoc davam mostras de que se entendiam. Fatores perfeitos para um novo tricampeonato, com uma equipe ainda melhor que a dos primeiros títulos.

O novo esquadrão de Chicago era mesmo incrível. Recorde na temporada regular de 95/96, 72 triunfos em 82 jogos. Vitória na decisão contra os Sonics e Jordan, Pippen e Rodman como os melhores do ano, além de Kukoc, eleito o melhor sexto homem da temporada, e Phil Jackson, o principal técnico. Ainda em 1996, Pippen comandou a seleção de seu país na conquista de sua segunda medalha olímpica dourada.

A próxima vítima dos Bulls seria o Utah Jazz, que travou batalhas épicas com os adversários. Malone e Stockton pareciam ser os únicos a fazer frente ao Chicago. Mas só pareciam mesmo. Mais um título para Illinois e Pippen com médias de 20,2 PPJ, 6,5 RPJ e 5,7 APJ. Na temporada 1997/98, o ala perdeu os 35 primeiros jogos, após ter realizado uma cirurgia no pé esquerdo. Mas a volta foi triunfal, como toda sua carreira, e mais uma vez contra o Utah, título conquistado, o sexto da carreira de Scottie.

O fim de uma era

Agora sim, aquele fantástico time dos Bulls teria seu livro fechado. Jordan resolveu encerrar a carreira mais uma vez – para depois voltar pelos Wizards -, Rodman saiu da equipe, e o mesmo aconteceu com Scottie Pippen. O jogador teve desentendimentos com o gerente da franquia, Jerry Krause, grande responsável pelo desmanche do Chicago.

Pippen foi para o Houston Rockets formar mais um esquadrão ao lado de Hakeem Olajuwon, Charles Barkley e Clyde Drexler. Porém, desta vez, a união de grandes astros não deu liga, e a equipe conseguiu a campanha de 41 vitórias e 41 derrotas. Ainda assim Scottie manteve boas médias, com diminuição apenas na pontuação: 14,5 PPJ, 6,5 RPJ e 5,9 APJ. Os Rockets acabaram caindo nos playoffs para os Lakers.

Pippen e Barkley trocaram farpas e o ex-ala dos Bulls seguiu para Portland, onde foi muito bem em seu primeiro ano nos Blazers, que fizeram a segunda melhor campanha na Liga em 1998/99. Mas muitas contusões marcaram os três anos seguintes de Scottie, que retornou como free agent ao Chicago em 2003. Com apenas 23 atuações na temporada e médias de seis pontos e três rebotes, o jogador resolveu encerrar sua carreira, sem antes dar sua última contribuição à equipe por qual conquistou seis anéis da NBA.

O então rookie Kirk Hinrich teve uma grande amizade e aprendizado com Pippen, ouvindo sempre seus sábios conselhos. Na temporada seguinte, a jovem equipe dos Bulls retornou aos playoffs, fato que não ocorria desde 98. Com esta declaração, Scottie Pippen abandou o basquete.

“Esta decisão foi muito difícil pra mim, pois estou me aposentando de algo que representa muito na minha vida. Minha família e eu gostaríamos de agradecer aos fãs e à toda organização do Chicago Bulls, especialmente Jerry Reinsdorf e John Paxson, por me trazerem de volta a onde comecei tudo. Estou me aposentando mas pretendo continuar por perto. Após 17 anos, é difícil abandonar tudo isso completamente”, despediu-se o jogador em 4 de outubro de 2004.

Entre suas marcas, apresenta-se como um dos 40 maiores cestinhas da história da NBA, é o quarto maior ladrão de bolas e 13º em minutos jogados. No dia 9 de dezembro de 2005, Los Angeles Lakers, comandados por Phil Jackson, e Chicago Bulls se enfrentaram no United Center. No intervalo do jogo, sua camisa 33 foi oficialmente aposentada no ginásio.

Estavam presentes na cerimônia, além de sua família, seus ex-companheiros Randy Brown, Craig Hodges, Dennis Rodman, Horace Grant, Bill Wennington, Charles Oakley, Will Perdue, Michael Jordan e Toni Kukoc, provando que não havia mais nenhum atrito entre os dois, além de muitos outros ex-jogadores para acompanhar a homenagem a um dos mais completos jogadores que o basquete já viu.

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